Se
é pai ou mãe e tem mais do que um filho, é provável que reconheça algumas
diferenças entre eles no que diz respeito à autoestima. Ainda que o seu esforço
e a sua dedicação sejam idênticos, a verdade é que há outros fatores que podem
contribuir para que uma criança se transforme num adulto mais ou menos
confiante. Ainda assim, pode ter a certeza: a autoestima dos seus filhos depende,
em larga medida, daquilo que for capaz de investir na sua relação com eles.
Partilho, por isso, algumas dicas que podem ajudá-lo nessa tarefa:
MOSTRE O
SEU AMOR INCONDICIONAL.
Quase
todos os pais e mães que conheço amam os seus filhos mais do que tudo na vida.
No entanto, alguns falham na exteriorização desse amor incondicional. Quando um
pai ou uma mãe mostra o seu desagrado em relação às más notas do filho, está a
contribuir (positivamente) para a sua educação – mesmo quando há a necessidade
de implementar um castigo. Mas há um impacto muito negativo quando uma criança
sente que precisa de conquistar o afeto dos seus pais através do seu desempenho
escolar. Em terapia ouço com alguma frequência os frutos deste equívoco de
comunicação – filhos que descrevem o quão pressionados se sentiam pelos pais e
o quão desgastante foi lutar para lhes agradar e pais que lamentam não terem
sido capazes de mostrar de forma mais clara o seu amor incondicional. Nestes
casos, a criança transforma-se muitas vezes num adulto inseguro, que considera
que nunca está à altura, que acha que as suas escolhas não são suficientemente
boas.
OUÇA A
OPINIÃO DOS SEUS FILHOS.
Não
faz sentido que os pais se demitam das suas responsabilidades e deleguem nas
crianças a tomada de decisões significativas. Mas tão pouco é saudável que as
crianças não se sintam ouvidas. Consultar os filhos, ouvir aquilo que eles têm
a dizer – nomeadamente a respeito de assuntos que lhes digam respeito – é dar
atenção aos seus sentimentos. A palavra final deve ser dos adultos, em
particular quando falamos de crianças pequenas, mas os filhos têm (ou devem
ter) o direito de serem ouvidos. Ao perceberem que a sua opinião importa, que é
tida em consideração, as crianças desenvolvem a sua assertividade e sentem-se
progressivamente mais seguras. Esta competência revelar-se-á fundamental na
reivindicação dos seus direitos noutros contextos (na escola, por exemplo).
